terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Ian McCulloch em Málaga

Tradução da Entrevista com Ian McCulloch em Málaga – Espanha – janeiro de 2009

Por: Verena Kewitz
Link para entrevista em inglês: http://www.surinenglish.com/20090120/news/costasol-malaga/mcculloch-interview-200901201927.html




Depois da noite no Teatro Cervantes em Málaga, tive o desafio de entrevistar o líder da banda, Ian McCulloch, junto com meus colegas Rachel Haynes e Pedro García. Digo desafio porque Ian não é exatamente a mais falante das pessoas, ele mais sai pela tangente, e para qualquer um nascido durante ou antes dos anos 60 e que conheça algo sobre a música alternativa pós-punk, a reputação dele antecede-o.

A lista de perguntas que preparei – a qual, de todo jeito, não conseguia enxergar pela falta de luz – foi-se pela janela quando entramos em várias conversas bizarras sobre personagens favoritos de desenho animado e onde eu tinha comprado meus óculos, do qual Ian disse ter gostado. Mais adepto ao escuro do que à luz – evidente pelo fato de que ele usa óculos escuros o tempo todo – permitiram-nos falar com Ian, que não mudou muito na aparência ao longo dos anos, num camarim escuro do Teatro Cervantes. Incentivado por Pedro, um dos maiores fãs do Echo desde seus 13 anos, tentei fazer perguntas sobre sua música. Mas Ian não estava muito a fim de mergulhar no assunto do sucesso da banda nos anos 80, mas sim de falar mal dos contemporâneos da época. Ele queria mais era falar sobre o presente e o novo álbum ‘The Fountain’, dizendo que a música, cuja letra ele esqueceu durante o show (notei que o público nem percebeu) por conta de sua ingestão de álcool, 'Whatever you want' (nova música) foi ‘incrível’.




Falando da coisa de fumar durante o show. Quando perguntei se ele sempre fazia isso, Ian respondeu com sua autêntica lentidão liverpudiana: “Sim. Mesmo quando é proibido. Eles me falaram pra não fumar... mas pensei ‘Peraí’. Na opinião dele: “Eles deveriam proibir peidar em shows, sobretudo quando o Will tá na banda”. Ele estava falando do outro membro original da banda, Will Sergeant.

Liverpool

E de volta aos anos 80... Na opinião dele: “Acho que que tem vários fãs novos e acho que muitos dos fãs dos anos 80 estão, espero, fazendo outra coisa ou estão na prisão”. Claro que concordei e disse a ele que a maioria dos meus amigos (alguns dos quais devem estar presos agora, eu acho) queriam ser ele na época ou se vestiam como ele. De acordo com Ian: “É pior ainda agora que não posso andar pela Sétima Avenida em Liverpool sem que alguém chegue e diga “ei...!”. Ah tá, Sétima Avenida onde?

Tentemos falar de música de novo. “Ok, mas não muito... mas éramos melhores que o New Order ou qualquer outra porcaria”, ele me disse. No entanto, Ian parecia mesmo se lembrar com carinho da fase pós-punk: “Havia muita coisa acontecendo na época... acho que somos a melhor banda de todos os tempos”, me informava ele. Eu sei, eu estava lá.

Marbella or Malaga?


Certo, talvez a lista de perguntas funcione. Ouvimos dizer que você gosta de Málaga e Marbella em especial? Me disseram sarcasticamente que ele tem um iate e que estava hospedado no hotel cinco estrelas Guadalpín, que nem deve ser de fato cinco estrelas, pois o sabote é tão pequeno e difícil de abrir. Consegui entender o fato: “Gosto mais de Málaga. Sou urbanizado. Adoro estar num lugar onde ninguém me acha”. A verdade é que a única razão para um único show na Espanha nessa época do ano deve-se ao Ian dar um tempo [aqui], e os promotores, seus amigos (ele tem alguns colegas de escola espanhóis que ele convida de vez em quando), organizam tudo, em vez de ser algo especial que o faça voltar só para fazer show.
E continuava. Como ele mesmo nos lembrava: “Estes são os dez minutos mais longos na história do tempo”. Os dez minutos que originalmente haviam nos dados esticaram para vinte. Finalmente, antes de nos expulsarem do Teatro Cervantes, Pedro ousou pedir que ele assinasse os discos Heaven Up Here e Porcupine. Ele levou um ou dois minutos, mas ele gentilmente assinou os discos e disse ao Pedro: “I love you”. “I love you too” disse Pedro em inglês. “I hate you too” disse Ian e eu tive de explicar ao Pedro que a brincadeira dele com as palavras referia-se provavelmente à banda U2 [=you too] e a rivalidade originada há muito tempo, baseada na ascenção do Bono ao status de super estrela.

Então é isso. Pouco antes de sairmos, Ian nos disse: “Vocês me pegaram no meu melhor momento de sabedoria”. Bem, eu me diverti e espero que eu possa receber o desafio, na próxima vez deles aqui, de me misturar aos ricaços de Marbella e cantar The Cutter e The Killing Moon pela enésima vez na frente de um bando de fãs fiéis.

3 comentários:

Unknown disse...

Oi Verena

Sou a crysz4 que algumas vezes postou no forum do eco quando da vinda deles ao brasil no ano passado.

gostaria de fazer algumas perguntas sobre eles e gostaria que fosse em
particular, como não sei seu email,
gostaria de saber se v. concorda em conversarmos através de email.

Por favor responda aqui e na proxima vez eu deixo um email para você, ok?
grata
crysz4

A Touch Away disse...

Como faço pra te mandar email?
aqui não aparece...

Anônimo disse...

A touch away - você é a Verena??
Sou a crysz4 e meu email é
crysz4@yahoo.com.br.
Desejo saber curiosidades sobre o eco principalmente mr.lips bonitão.

gracias